Resident Evil: Resistance | Review

Resident Evil 3 Remake já está entre nós (e você pode acessar nossa crítica aqui)! Porém, juntamente dele, há um outro título ambientado no mesmo universo, porém focado na jogabilidade multiplayer. Este é Resident Evil: Resistance, game assimétrico de survival horror que coloca até quatro sobreviventes contra um único vilão, que faz diversos testes macabros, em uma espécie de Jogos Mortais com zumbis.

O jogo, feito também pela Capcom para PlayStation 4, PC e Xbox One, segue uma jogabilidade semelhante a observada em Resident Evil 3 Remake. Contudo, conta com alguns detalhes a mais que são fundamentais para encaixá-lo como multiplayer.

Uma proposta diferente

Embora tenha uma jogabilidade semelhante à aventura de Jill Valentine, Resident Evil: Resistance traz uma outra pegada, sendo focado na diversão com outros jogadores. Sendo assim, o título conta com diversos sobreviventes, cada um com suas características próprias. Observe abaixo as características de cada um deles e tente jogar com o personagem que melhor se adeque ao seu estilo. Porém, é interessante de se ressaltar que não podem ter personagens repetidos nas equipes.

Os sobreviventes

  • Valerie conta com características de suporte como curar e marcar itens no cenário. E acredite, isso facilita muito nas buscas. 
  • January é um habilidoso hacker, que consegue desligar câmeras de segurança e os variados gadgets utilizados pelo vilão.
  • Tyrone é o conhecido personagem tank. Além disso, ele conta com uma habilidade para “buffar” os sobreviventes.
  • Becca também é uma personagem focada em dano. Ela usa técnicas de “buff” nas armas de fogo, aumentando dano e outras características.
  • Samuel é o típico esportista de colegial. Ele conta com ataques físicos que dão grandes danos aos inimigos.
  • Martin é o outro personagem de suporte. Seus especiais fazem com que ele elabore minas. Além disso, ele tem habilidades que atordoam os inimigos.

Ao escolher os respectivos sobreviventes, o jogo leva o grupo a um dos quatro cenários disponíveis, onde eles irão encarar um dos quatro vilões disponíveis até agora, que também contam com diversas habilidades e unidades específicas. Contudo, os chamados “Mastermind“, diferentemente dos sobreviventes, eles são personagens conhecidos da série.

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O jogo impõe altos desafios aos sobreviventes. Imagem: Divulgação.

Os “Masterminds

  • Daniel Fabron tem como função liberar diversos mutantes irregulares e armas biológicas. Ele é capaz de gerar um Tyrant (Modelo T-103) no campo de batalha, onde é possível controlá-lo.
  • Annette Birkin é capaz de alimentar as criaturas que convoca com dano extra e outros atributos para torná-las ainda mais complicadas de lidar. O monstro controlado por ela é o marido dela, G-Birkin, que aparece em Resident Evil 2.
  • Alex Wesker conta com um conjunto de cartas projetado em torno de diversas armadilhas, contando também com seu monstro final, o mortal Yateveo.
  • Ozwell E. Spencer tem como principal característica atrasar os sobreviventes, colocando um muro que bloqueia o caminho por um determinado período de tempo.

Vale ressaltar que a jogabilidade dos Sobreviventes e dos “Masterminds” são completamente diferentes. Os primeiros precisam cumprir determinados objetivos para fugir da experiência, com uma jogabilidade semelhante a o jogo original. Já os vilões precisam alternar entre diversas câmeras para saber onde andam os sobreviventes e, assim, colocar suas unidades zumbis ou armadilhas com o intuito de destruí-los, por meio de uma espécie de deck de cartas que pode ser personalizado.

E, por fim, o vilão pode tomar controle dos corpos de zumbis e de um monstro especial, sendo a maior “ação” tida por ele, que fica em boa parte do tempo assistindo seus monstros agindo. Esse tipo de jogabilidade se mostrou bem interessante e foi um ponto alto do jogo pra mim, sobretudo por funcionar muito bem.

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Tyrant, o conhecido Mr. X, de Resident Evil 2. Imagem: Divulgação.

Como funciona?

Pois bem, a dinâmica de Resident Evil Resistance é simples. Ela coloca os sobreviventes no mapa contra um único vilão, que terá que alocar armadilhas e monstros com o objetivo único de aniquilar a equipe participante do experimento. Contudo, dependendo das configurações da partida, os jogadores terão um tempo definido para conseguirem liberar as saídas e sobreviverem ao caos.

Jogar como sobrevivente é uma experiência bem difícil, sobretudo se não houver nenhuma comunicação com os outros. Aliás, nos últimos testes que fiz, tive muita dificuldade de encontrar partidas e, em alguns casos, os jogadores simplesmente a abandonavam, o que é um problema. Portanto, o aconselhado é que você possa jogar com amigos, sendo possível montar equipes com seus respectivos contatos.

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Todos os personagens, vilões e sobreviventes, podem ter customizações. Imagem: Divulgação.

Vale ressaltar também que os mapas são pequenos e, ao mesmo tempo, labirínticos, mesmo com acesso ao mapa. Neles, você poderá encontrar munições e itens que contam com uma dinâmica um pouco diferente da versão singleplayer. E isso torna o jogo bem complexo, sobretudo por ser mais difícil se esquivar dos ataques inimigos. E nisso, o jogo só fica mais difícil…

De forma geral, ambos os lados podem se personalizar de variadas formas. Isso é possível por conta do aumento de nível, que permite aos jogadores a adquirir diversas habilidades e a ganhar Pontos de Resultado (PR). Sendo assim, os jogadores podem adquirir variados tipos de pacotes com uma mecânica randômica de Baús. Neles, é possível conseguir habilidades passivas ou itens cosméticos para customizar os personagens. Contudo, vale ressaltar que os PRs só podem ser obtidos através das partidas, sendo impossível comprá-los com dinheiro real.

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Um dos mapas de Resident Evil: Resistance. Imagem: Divulgação.

Vale a pena jogar Resident Evil: Resistance?

O jogo traz boas horas de diversão, mas fica sempre melhor com um grupo de amigos definido. Como dito acima, comunicação é essencial para que tudo corra bem no lado dos sobreviventes. Já como o vilão, o prazer se dá em criar barreiras e inimigos e, ao mesmo tempo, assistir o desespero da equipe rival em se desvencilhar de toda a trabalheira. A dinâmica do jogo é bem rápida, e isso a torna um tanto quanto desafiadora. Eu particularmente tive muita dificuldade de jogar ao lado dos sobreviventes, sobretudo por faltar diálogo entre a equipe.

Outro ponto também é que o jogo parece ter animações mais simples, se formos comparar à Resident Evil 3 Remake. Isso acaba por empobrecer um pouco a qualidade do jogo, o que não é nada bom. Porém, o quesito diversão é ainda mantido, sendo esse “problema” apenas um detalhe.

Contudo, é preciso adicionar novidades ao longo do tempo para que não caia em repetições de mapas e inimigos. Sendo assim, acrescentar novidades gradativamente pode ser uma forma de manter a vida útil do título. Mas acredito que a Capcom trabalhará em cima disso. Como a aventura de Resident Evil 3 Remake é rápida e Resident Evil: Resistance vem junto do pacote, vale a pena jogar, sendo fã ou não da série.

*Review elaborada no PlayStation 4 Pro, com código fornecido pela Capcom.

Resident Evil: Resistance

7.7

Jogabilidade

7.5/10

Gráficos e sons

8.0/10

Extras

7.5/10

Prós

  • Variedade de sobreviventes e vilões
  • Trilha sonora aumenta a tensão das partidas
  • Várias possibilidades de customização

Contras

  • Dificuldade de se encontrar jogadores
  • Animações menos polidas

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.